ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS
Por Fela Moscovici
Os conflitos são inerentes à vida em grupo. Quase sempre encarado como negativo, o conflito, no entanto, é um indicador do nível de energia do grupo, bem como da diversidade e riqueza de seu potencial. Será positivo ou negativo, dependendo do modo como for administrado.
Quando positivamente utilizado, o conflito:
- rompe o equilíbrio da rotina;
- desafia a acomodação de ideias e posições;
- desvenda problemas escondidos;
- estimula a criatividade para soluções originais.
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Uma maneira de analisar situações de conflito, com divergências manifestas ou silenciosamente presentes, foi formulada por Blake e Mouton (1970), tendo por base seu modelo conceitual de atitude gerencial, a chamada grade gerencial ( managerial grid).
Numa situação de conflito, a pessoa tem duas preocupações ou orientações principais:
- pessoas(s) envolvida(s);
- a produção de resultados.
De acordo com o grau de cada uma dessas orientações, podem ser identificados cinco estilos básicos de abordagem de conflitos.
Evasão
- evita-se o conflito a qualquer custo;
- assume-se posição neutra ou de distanciamento (“não ver, não ouvir, não falar de discordâncias”), fugindo à responsabilidade social até o caso extremo da alienação.
Harmonização
- prefere-se aceitação pessoal, doçura e paz à validade das soluções;
- discordâncias são evitadas para não causar ressentimentos, conseguindo-se cordialidade e concordâncias superficiais à custa de convicções pessoais e criatividade.
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Supressão
- controle do conflito pela força;
- situação polarizada de ganha-perde, autoridade-obediência, de antagonismo e competição, em que ganhar (impor sua solução ou decisão) é mais importante do que procurar uma solução válida e adequada.
Acomodação
- conflito superado por negociação: busca de uma solução intermediária em que ninguém perde tudo, mas também ninguém ganha tudo, chegando-se ao melhor acordo que se possa obter, embora não seja o mais adequado.
Confrontação
- abordagem difícil de resolução de problemas, em que ideias e sentimentos são discutidos abertamente, trabalhando-se nas e com as discordâncias para alcançar uma solução válida para ambos.
- Não há vencidos nem vencedores, os oponentes tornam-se colaboradores.
É preciso ressaltar que não existe uma forma melhor que outra de administrar conflitos. O que existe é a adequação de um estilo às circunstâncias, levando em conta:
- a importância, para o grupo, da solução do conflito;
- o grau de energia a ser gasto (custo-benefício);
- as circunstâncias;
- a oportunidade;
- as consequências.
Referência: Moscovici, Fela. Desenvolvimento interpessoal: Treinamento em grupo. 14ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2004.
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